(13/06/2013)
Aquela mulher, com a idade mais avançada, de riso
difícil, dá umas boas gargalhadas das piadas mais
toscas se é o seu namorado que conta.
Teve um que odiava falar ao telefone, mas começou
a amar isso quando era ela do outro lado da linha.
Aquele cãozinho espera até hoje o dono e a
namorada dele saírem pra passear pela manhã.
O dono também a espera.
A moça da cidade, que odiava a brisa do
mar, passava varias tardes na praia vendo ele
surfar.
Comprou até um guarda-sol.
Todo final de semana, ele era o primeiro a sair
de casa com os amigos.
Depois do namoro, nunca mais saiu.
E o meu amigo, sempre ao voltar da faculdade
para sua casa, a primeira coisa que faz é contar
como foi seu dia pra sua esposa.
Se não conta, o dia não esta completo.
E o velho carrancudo dá bom dia até pro carteiro
quando sua amada da um sinal de vida.
O desleixado, que mal tomava banho, hoje toma
e se veste bem.
Faz até a barba constantemente, coitado.
E não da pra entender se as pessoas mudam por
causa de alguém, ou se elas simplesmente revelam
o que elas realmente são.
Não sei.
Longe de mim falar pelos outros.
Logo eu que não me reconheci varias vezes.
...
Ramom Martins de Medeiros
Texto feito com a ajuda de Heloísa Fenili, que me falou a maioria dos casos descritos aqui.
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